ACESSE : CAMARIMESCOLADEDANÇA.COM.BR

terça-feira, 30 de agosto de 2011

CRONOGRAMA - ATIVIDADES DA DIREÇÃO

Olá pessoal,

Tenho feito um relatório mensal para a Direção da Camarim Escola de Dança das atividades realizadas na construção do ballet ORFEU. O objetivo dessa lista é objetivar a clareza sobre o processo de montagem a fim de podermos, em futuros projetos, ter um "plano comparativo".

Na postagem anterior, construí um gráfico com a pesquisa sobre as coisas mais importantes segundo o público. Para minha surpresa coreografia e ORGANIZAÇÃO tiveram o mesmo índice! Por isso decidi postar esse relatório. Para expor o plano de ações realizadas até aqui.


valeu!
até a próxima.
rodrigogondim.


CRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMACRONOGRAMA

ABRIL
- MONTAGEM DO PROJETO
- APRESENTAÇÃO DO PROJETO PARA A A DIREÇÃO DA CAMARIM ESCOLA DE DANÇA
- APROVAÇÃO DO PROJETO

MAIO
- REUNIÕES SOBRE A IDENTIDADE VISUAL DO ESPETÁCULO
- FECHAMENTO DA PROGRAMAÇÃO VISUAL (LOGOMARCA + PAPEL TIMBRADO)
- FINALIZAÇÃO DO 1º ROTEIRO
- FECHAMENTO DA EQUIPE DE TRABALHO
- FECHAMENTO DO ORÇAMENTO PARA O ESPETÁCULO
- REUNIÕES COM CADA MEMBRO DA EQUIPE DE TRABALHO
- ENTREGA DOS CONCEITOS DE FIGURINO DOS SOLISTAS (5 DESENHOS)
- FECHAMENTO DO ELENCO PRINCIPAL DO ESPETÁCULO
- INICIO DO TRABALHO DO ESTILISTA

JUNHO
- ENTREGA DE TODOS OS CONCEITOS DE FIGURINO (1º E 2º ATO)
- REUNIÕES SOBRE OS CONCEITOS DE FIGURINO
- INICIO DA CONFECÇÃO DOS FIGURINOS DE ORFEU E EURÍDICE
- INICIO DA CONSTRUÇÃO DAS DUAS (2) LIRAS DO ORFEU (OBJETO DE CENA)
- REUNIÕES COM CADA MEMBRO DA EQUIPE DE TRABALHO
- FECHAMENTO DO CONCEITO DA APRESENTAÇÃO COMERCIAL NA CAMARIM (SALA DE VIDEO)
- INÍCIO DA CONSTRUÇÃO DO BLOG (ORFEUCAMARIM2011@BLOGSPOT.COM.BR)
- TRABALHO NA ORGANIZAÇÃO DA FESTA DE LANÇAMENTO
- FECHAMENTO DA TRILHA SONORA

JULHO
- INÍCIO DOS ENSAIOS DE MONTAGEM
- EDIÇÃO E POSTAGEM NO BLOG (ORFEUCAMARIM2011.BLOGSPOT.COM)
- REUNIÕES DE CRIAÇÃO (DIREÇÃO E PREPARAÇÃO)
- ENTREGA E CONSERTOS DOS FIGURINOS DE ORFEU E EURIDICE
- FECHAMENTO DA ARTE DO PROGRAMA (1ª E 2ª PARTE)
- CONFECÇÃO DA LIRA (MATERIAL DE CENA)
-PESQUISAS SOBRE OS ADEREÇOS (PERNA DE PAU)

AGOSTO
- MONTAGEM DO ESPETÁCULO (CENAS E COREOGRAFIAS)
- FECHAMENTO DAS COREOGRAFIAS DE TODOS OS SOLISTAS
- REUNIÃO COM TODOS OS PROFESSORES DE BALLET
- ENTREGA DE MATERIAL DO ESPETÁCULO PARA CADA PROFESSOR (ROTEIRO E CD)
- EDIÇÃO E POSTAGEM NO BLOG (ORFEUCAMARIM2011.BLOGSPOT.COM)
- REUNIÕES COM COSTUREIRAS E FECHAMENTO DE VALORES
- REUNIÕES COM AS DIRETORAS SOBRE ENSAIOS E REVEZAMENTOS
- VISITA AO TEATRO MUNICIPAL PARA RESOLUÇÕES DE CENÁRIO
- ENTRADA NAS TURMAS PARA FALAR DE ESPETÁCULO
- DEFINIÇÃO DOS DIAS DE ENSAIOS GERAIS E PRÉ-GERAIS
- DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA DE AÇÃO DO PRIMEIRO PRÉ-GERAL
- MONTAGEM DO QUADRO DE PREÇO DOS FIGURINOS NA CAMARIM
- REUNIÃO COM A CAMARIM BELEZA & ESTÉTICA SOBRE SAPATILHAS E MEIAS DE BALLET

terça-feira, 23 de agosto de 2011

RESULTADO ENQUETE - QUAL A COISA MAIS IMPORTANTE EM UM ESPETÁCULO DE DANÇA?

Olá pessoal,

Esse é o resultado da pesquisa que fizemos aqui no blog.


Sinaliza que o público valoriza o PROCESSO de montagem do trabalho coreográfico.
A ORGANIZAÇÃO é de competência da direção.
O aluno deve sempre se sentir apoiado na direção da vivência das experiências que ele julga ser importante concretizar.

Uma BOA ORGANIZAÇÃO do projeto certamente proporciona um melhor ESTADO DE ATENÇÃO por parte de toda a equipe para com os envolvidos na obra.

Em ORFEU valorizamos a ORGANIZAÇÃO como pilar de gestão!
E assim pretendemos caminhar.
Com RESPONSABILIDADE e AMOR no coração!

um beijo.
agradeço a participação!

em breve novas informações.

rodrigogondim.

1000 ACESSOS !!!

QUE MÁXIMO!!!!

Chegamos ao nosso milésimo acesso!
Isso deixa claro que nós caminhamos na direção do interesse do nosso público.

E é muito bom.
Nós, da Camarim Escola de Dança e da equipe do ORFEU estamos trabalhando cada dia mais para construir um espetáculo inesquecível!!!

É com muito amor que estamos gerenciando essa obra.
E certamente vamos obter grande êxito! (já estamos obtendo!)

Agradeço os acessos e as partilhas.

vamos caminhando.

até breve.

valeu!

rodrigogondim.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

QUESTIONAMENTO - É IMPORTANTE DEFINIR UM HORÁRIO ?

Olá pessoal,

Como diretor do projeto ORFEU tenho vivido muitas transformações pessoais.
E muitos questionamentos surgiram nos últimos dias.

É importante definir um horário para o início e para o fim dos ensaios da montagem?
Qual a verdadeira importância do limite?


Espero o posicionamento de todos.

com amor.


rodrigogondim.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

MAKING OF - PREPARAÇÃO CORPORAL 23/07

Olá pessoal,

ORFEU está caminhando cheio de emoções!!!
Muito movimentos, muitas emoções.

Esta é uma videoexperiência da vivência que tivemos no dia 23/07.

Aproveitem!

COMENTEM, DIVULGUEM !

até.

rodrigogondim.


domingo, 7 de agosto de 2011

PROMOÇÃO - COMENTE E GANHE UMA BOLSA DE ESTUDO!

Olá galera que acessa o BLOG!

Estamos lançando uma PROMOÇÃO INCRÍVEL!

A 1ª pessoa a postar 50 comentários no BLOG ganha uma BOLSA DE ESTUDOS de 50% de desconto por mês em uma aula de ballet clássico na Camarim Escola de Dança até o final do ano de 2011.

Um dos objetivo dessa promoção é estimular os acessos ao BLOG, expressando as impressões sobre o que está sendo construído gerando um ciclo de PARTILHA. Sendo assim, o PRÊMIO é tão somente um estímulo à brincadeira! CONVERSAR, OPINAR e PARTICIPAR é a intenção do jogo.

O outro objetivo, é também referente ao número de acesso, mas interessado na 'veiculação da mídia' dos apoiadores do projeto. Quanto mais as pessoas acessarem o BLOG, quanto mais as pessoas demonstrarem o seu interesse nas informações expostas aqui, mais poderemos oferecer garantias aos apoiadores do valor da sua marcar estar associada a este projeto de arte.


Então vamos às regras:

1) Para contar na PROMOÇÃO, o comentário deve ter sentido direto com a postagem ou com algum comentário postado. Os editores do blog excluirão comentários impróprios!

2) Contará para a promoção apenas 1 comentário por dia (incluindo os que já foram postados posteriormente).

3) A 1º pessoa a postar 50 comentários (sendo 1 POR DIA) garantirá 1 BOLSA DE ESTUDOS em qualquer aula de BALLET CLÁSSICO na Camarim Escola de Dança no valor de 50% do preço total até o final do ano de 2011. O ganhador poderá escolher a BOLSA DE ESTUDOS para SOMENTE 1 turma.

4) O prêmio será dado APENAS para a 1ª pessoa a postar 50 comentários.


Boa sorte!
Que comece a brincadeira!

rodrigogondim.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

PESQUISA - QUEM ERA HADES?

Olá pessoal que está acompanhando o blog.
Nas pesquisas para o espetáculo ORFEU (que está caminhando muito bem!), descobri muitas coisas, muitas histórias, muitas interpretações, muitos pontos de vista da mesma história e o que mais me surpreendeu foi a quantidade de versões e opiniões sobre a figura de HADES. Certamente, nenhum outro Deus grego desperta tanto o interesse dos pesquisadores de mitologia.

Para FOCAR E EXPANDIR, decidi trazer duas pesquisas:

1) uma imagem do livro "Contos e Lendas da Mitologia Grega" sobre a árvore genealógica de Zeus, irmão de Hades.

Pouzadoux, Claude
Contos e lendas da mitologia grega / Claude Pouzadoux;
ilustrações de Frédérick Mansot; tradução de Eduardo
Brandão. — São Paulo: Companhia das Leiras, 2001.
Título original : Contes et légendes de la mitologie grecque.



Creio que essa imagem seja suficiente para localizar a posição hierárquica de Hades na Mitologia Grega!

Hades é muito importante e poderoso!
É aquele que reina no Mundo dos Mortos.


2) Agora quero trazer um questionamento: Por que será que Hades é visto como um Deus maléfico?

Essa é parte de uma pequisa acadêmica da PUC/SP sobre o imaginário pós-moderno que pode auxiliar na consciência da figura do Hades.
Muito interessante. Quem quiser ler na íntegra: http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pdf/st4/Quintiliano,%20Angela%20Maria%20Lucas.pdf


DE HADES AO DIABO:
UMA REFLEXÃO SOBRE OS SIGNIFICADOS DAS IMAGENS NO IMAGINÁRIO PÓS-MODERNO DA FIGURA DO DIABO.

QUINTILIANO, Angela Maria Lucas (PUC/SP)

(...)
2. Breve resgate histórico do mito do Diabo.

A partir de agora, vamos fazer um mergulho na história, em suas construções
sociais simbólicas relacionadas ao mito do Diabo para tentar compreender como esse
mito chega à pós-modernidade e, então, discutir a permanência ou ausência de sua
função religiosa.

Como os conceitos relativos ao Hades grego se relacionam ao Diabo, e como
este se transforma em mercadoria, se é que esta afirmação pode ser feita sem escapar
ao reducionismo da análise?

Na mitologia grega Hades significa o Invisível, e era a denominação dada a duas
representações simbólicas. Uma denomina a figura de um deus, Hades, irmão de Zeus
que recebe o encargo de cuidar do mundo inferior, espaço ocupado na pós-morte.
Outro significado para o mesmo Hades refere-se ao espaço dominado por esse deus,
ou seja, o próprio mundo inferior.

O deus Hades inspirava medo e era considerado austero, impiedoso, insensível,
intimidativo e distante. O Hades, lugar dos mortos, era o local para onde todos os
mortos, bons ou maus, eram guiados por Hermes a fim de serem julgados pelo deus
Hades. Era dividido em dois espaços: o Tártaro, personificado por um dos deuses
primordiais, nascidos de Caos e de Gaia, que geraram as mais terríveis imagens da
mitologia grega, e era uma região de nevoeiros e de árvores sombrias, repleto de
cavernas e grutas profundas onde as almas condenadas, ficavam aprisionadas; e, os
Campos Elíseos (Ilha dos Bem Aventurados) rodeado por paisagens verdes e floridas,
onde iam os heróis e homens virtuosos.

Já para os romanos o deus Hades grego era chamado de Plutão e o Tártaro era
o lugar onde eram enviados os pecadores. O poeta Virgílio o descreve na Eneida como
um lugar gigantesco, rodeado pelo rio de fogo Flegetonte, cercado por tripla muralha e
guardado por uma Hidra3. Plutão habitava um palácio circundado por um bosque de
álamos e salgueiros estéreis e o solo era recoberto por uma planta própria das ruínas e
dos cemitérios. Dentro desse castelo haveria um poço que descia até as profundezas
da terra, onde habitavam os condenados. Virgílio localiza a entrada da morada dos
mortos perto do Vesúvio, região vulcânica que passa por tremores e exala um cheiro
terrível.

As representações do deus Hades, ou Plutão variavam desde a que o mostrava
de cenho franzido, cabelos e barbas em desalinho, vestindo túnica e mantos
vermelhos, sentado em um trono ao lado do cão Cérbero4, até a representação como
deus da vegetação, com traços mais suaves.

Ainda nesse contexto não podemos reduzir o deus Hades, e o espaço que ele
ocupava como o do Diabo e o Inferno que surgem no imaginário cristão ocidental. As
palavras que mais tarde serão usadas no Novo Testamento e nos textos medievais
para designar o Diabo que eram de origem grega, ainda não tinham o significado que
será incorporado no contexto posterior. Estamos nos referindo aos termos diabolus,
que significava em grego separar, dividir, cair, tropeçar, e daemon, termo usado para
designar espíritos bons ou maus intermediários entre os homens e os deuses, às vezes
espírito de um herói morto.

Para Carlos Roberto F. Nogueira, em seu livro O Diabo no imaginário cristão,
será a reforma do antigo politeísmo grego pela escola neoplatônica que traçará o perfil
do Diabo cristão, ao incorporar perfeições e fraquezas humanas aos deuses e heróis
da mitologia grega: “Para evitar confusão entre Deus e essas divindades inferiores,
Platão e sua escola lhes reservaram o nome de Demônio (daimôn), palavra usada
anteriormente para exprimir a ação divina em geral, distribuidora tanto dos bens quanto
dos males.” ( NOGUEIRA, 2000, p. 21)

As religiões que além de serem contemporâneas a esse momento histórico se
influenciavam entre si, como as do Egito, Fenícia, Pérsia e Mesopotâmia juntamente
com as representações gregas entram em contato com a religiosidade hebraica que
passará, então, a incorporar elementos religiosos dessas sociedades em seu corpo
doutrinário.

Na religião hebraica, grande fonte do cristianismo, em seus primeiros tempos,
evoluindo de uma religião tribal para o monoteísmo absoluto, a idéia do Mal é algo
indefinido, não é incorporada a uma determinada personagem, apesar da crença entre
os hebreus em espíritos malignos que seriam enviados por Deus como punição. Ao
incorporar elementos das várias religiões dos povos com as quais entravam em
contato, suas concepções doutrinárias vão se modificando.

Assim, no Antigo Testamento onde o Sheol, palavra hebraica que significa a
morada dos mortos, lugar triste, mas desprovido de castigos e há-sâtân, palavra que
em hebreu significa o acusador, anjo da corte celeste encarregado de por a prova os
justos, que exerce um papel de antagonista, passam a ter no Novo Testamento
significados diferentes.

Desta forma, podemos perceber que determinadas representações e sua
codificação a partir de um repertório lingüístico-conceitual chegam ao universo cristão,
através das interpretações bíblicas de uma forma que se distancia da sua origem. O
uso do termo Inferno para designar o Hades grego ou o Sheol hebraico, ou o de Satã
para designar a personificação do Mal, só foi possível a partir da associação de
determinadas representações, e necessidades concretas dos hebreus e,
posteriormente dos cristãos.

Assim, podemos dizer que essas “adaptações” para denominar elementos
religiosos a partir de influências mútuas ultrapassam os limites da transliteração6, e são
o resultado da inter-relação interpretativa de um sistema de escrita associado às suas
representações, ou às imagens que são elaboradas na composição do mundo
simbólico, que atende a determinadas necessidades.

“Quando no século II d.C., foram traduzidos para o grego os livros sagrados,
denominaram-se demoníacos (daimonia) os ídolos e divindades pagãs e alguns
dos animais fantásticos que povoavam as crenças no antigo Oriente.Estabelecida uma mesma denominação comum...” (NOGUEIRA, p. 22)

O nascimento do cristianismo se dá no conflito e ao mesmo tempo na
interdependência entre o novo e o antigo. É nesse universo que o cristianismo encontra
as idéias judaicas sobre o Mal e, as incorpora no Novo Testamento, onde Satã aparece
como o grande adversário, instituindo no imaginário cristão definitivamente a luta do
Bem contra o Mal, que passa a integrar o dogma central da doutrina cristã.

O Diabo passa a representar as dificuldades do mundo material e as incertezas
do mundo espiritual marcado pela tradição e crenças mais antigas, onde “o maior crime
de Satã reside na persistência da religião pagã”. (NOGUEIRA, p. 32)

Em seu longo processo de consolidação, o cristianismo viveu uma grande
contradição que se refletiu na formação do imaginário ocidental. Como não podia
cancelar do imaginário coletivo as tradições culturais e as crenças advindas dessas
tradições, a Igreja assume a necessidade de adaptar as práticas cristãs aos ritos
pagãos, fazendo com que um novo significante passe a revestir um antigo significado.

“Aos demônios foram emprestadas as imagens que os antigos atribuíam às suas
divindades infernais. Eusébio encontra, na descrição do Hades fornecida por
Platão a morada da perdição, que assume para os cristãos os nomes pagãos de
Tártaro e Inferno.” (NOGUEIRA, p. 36)

Até um determinado período da Idade Média (século XII) havia uma indefinição
acerca da figura do Diabo. Serão as peças teatrais que darão uma grande contribuição
à formação de uma imagem do Diabo, que para dar a devida distinção ao que
representavam mostravam o Mal a partir de figuras grotescas, ou deformadas que
eram associadas à corrupção espiritual, fazendo com isso não só a distinção desejada,
mas um apelo ao visual. É certo que esse visual criado no teatro se apoiava em
descrições literárias e obras artísticas e, com o tempo, o próprio teatro também
influência a produção da arte e da literatura.

Com as transformações que tem início a partir do século XII e XIII na Europa
Ocidental, intensificam-se as discussões teológicas sobre as capacidades e
características do Diabo e seus auxiliares, com o objetivo de criar uma imagem que
possibilitasse identificar os inimigos da Igreja. Neste momento, o Diabo passa a ser
completamente associado à idéia do Inferno e do Juízo Final.

É deste período a obra de Dante Alighieri, A Divina Comédia, onde o Inferno não
só é retratado com detalhes riquíssimos, mas as associações com o imaginário pagão
estão intimamente associadas. No terceiro círculo do Inferno, onde são punidos os que
pecaram pela gula, entre outros suplícios os condenados sofrem o espancamento do
cão Cérbero, que com suas garras estraçalha e devora os condena
dos; no quarto círculo, o que condena os avarentos, está o demônio Plutão.

Mas, será no início da Era Moderna, no Renascimento que encontraremos o
auge das representações do Diabo que nos acompanham até nossos dias. A arte
renascentista como meio de expressão, divulgação e difusão do que representava o
Mal, molda o imaginário popular e faz com que esse imaginário se torne uma
“ferramenta útil de coerção individual e social.” É desnecessário aqui explicar como a
arte se torna importante num contexto onde a população iletrada, grande maioria no
período, identificava nas imagens a mensagem que a Igreja transmitia, uma vez que a
linguagem visual não necessita de conhecimento prévio ou comum para transmitir o
significado pretendido.

Desta forma a hegemonia do Diabo partiu de concepções difundidas pela própria
Igreja, que a partir do século XIV passava por uma desestabilização com a cisão da
cristandade acompanhada do aprofundamento de outras crises, onde a presença do
Diabo era necessária para justificar o trabalho de salvação. Implanta-se assim, a
pedagogia do medo sustentada por um medo escatológico da ameaça do Juízo Final,
ao mesmo tempo em que a Igreja se fortalecia.

As representações artísticas e literárias desse período tornam-se riquíssimas em
detalhes sobre o Juízo Final e os tormentos sofridos no Inferno, e o Diabo passa a ser
reconhecido como ser maligno, de asas, chifres e rabo, a partir de influência das
imagens do deus Pã.8 De figura teológica abstrata, sem representação, o Diabo passou
por um lento processo de materialização, onde a arte e a literatura tiveram um papel
fundamental.

Nos séculos XVII e XVIII, com o desenvolvimento do pensamento racionalista
que fundamenta os princípios da filosofia e da ciência moderna, se inicia um período de
dessacralização da natureza que estabelece uma nova relação entre o homem e seu
mundo material, originando novas visões de mundo, novas representações e novas
práticas a partir dessas novas concepções. O Iluminismo surge como movimento que
deslegitima o poder da Igreja, diminuindo os efeitos da pedagogia do medo, onde
alguns elementos passam a ser tratados como superstições fundamentadas em
crenças que não mais podem ter lugar no mundo que se racionaliza. Inicia-se neste
momento a secularização da figura do Diabo.

O Romantismo, fundamentalmente do século XIX, transforma o Diabo no
símbolo do espírito livre em contraposição ao aprisionamento moral promovido pela
Igreja nos séculos anteriores, em outras palavras, o Diabo transforma-se no símbolo
das paixões humanas reprimidas pela religião e a sociedade. Mais uma vez,
ressaltamos a necessidade de associar um discurso que dê sentido ao mundo, apoiado
em um código lingüístico-conceitual. Esse momento histórico é o momento de vitória do
modelo proposto pela burguesia onde os ideais coletivos dão lugar ao individualismo e
a busca incessante de bens materiais, cujo símbolo mais marcante era a idéia do
progresso, baseado nas explicações científicas.

(...)



Muito bom, né?
COMENTEM, PARTILHEM, DIVULGUEM!

até a próxima!

rodrigogondim.